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O dilema empresarial: sistema defasado ou pessoal destreinado

Conversando com um gerente de uma empresa, ele desabafou  que não sabia se o sistema da empresa era uma “porcaria”, e então teria que substituí-lo, ou se as pessoas não sabiam o que estavam fazendo e, consequentemente, teria que demitir alguns funcionários.
Contudo, esse mesmo dilema é vivenciado por muitas empresas: será que o sistema computacional está defasado ou o pessoal não sabe usar?
No meu entendimento julgo que ambas as teses são verdadeiras e o que muda de empresa para empresa é a porcentagem de cada parcela. Mas isto é uma realidade nos dias atuais, em que a tecnologia está presente no cotidiano empresarial, e somente as empresas que se manterem atualizadas tecnologicamente é que sobreviverão.
Em muitos casos o sistema computacional não está em consonância com a realidade da empresa. Isto porque são sistemas que não atendem as necessidades da empresa, por não serem personalizados ou então por não serem atualizados na mesma taxa com que ocorre a evolução dos processos empresariais. Primeiramente é importante categorizar os sistemas computacionais. Nesse sentido pode-se dividir os sistemas em duas categorias básicas: sistemas de “Prateleira” e sistemas de “Desenvolvimento”. O primeiro tipo, sistemas de “Prateleira”, são sistemas adquiridos de fornecedores e que podem ou não terem algum tipo de personalização. Contudo, a empresa somente é detentora de uma licença de uso e a dependência do fornecedor é total. No segundo tipo, sistemas de “Desenvolvimento”, o código fonte do sistema é de propriedade da empresa e o desenvolvimento pode ser interno ou utilizar-se de um serviço terceirizado. Ambos os modelos, de “Prateleira” ou de “Desenvolvimento”, apresentam vantagens e desvantagens, e isto deve ser analisado caso a caso na realidade da empresa. Mas independentemente do tipo do modelo do sistema computacional se ele não estiver adaptado ao negócio e operacionalização da empresa com pouca serventia ele será, e o trabalho terá muita redundância e controles paralelos.
A outra tese de que o pessoal não sabe usar também é verdadeira, isto porque as pessoas possuem dois tipos de idades: a idade cronológica, que é a idade física da pessoa, e a idade tecnológica, que é a maturidade de utilização dos recursos tecnológicos, que compreende os recursos computacionais. Há pessoas que tem a idade cronológica de 50 anos, e felizmente uma idade tecnológica bem menor, o que é importante para sobreviver nesse mundo de tecnologia. Por outro lado há pessoas com uma idade tecnológica maior que a idade cronológica, e isto é um problema, pois são pessoas que não se adaptam à tecnologia e muitas vezes possuem aversão aos novos recursos/tecnologias e tentem a fazer as coisas da mesma forma com que já faziam a décadas.
Nesse sentido, o pior dos mundos para o ambiente empresarial é quando os sistemas não atendem as necessidades da empresa e as pessoas estão destreinadas ou então possuem uma idade tecnológica maior que a idade cronológica.
Independentemente de qual dos mundos a empresa se encontra, uma coisa é verdadeira, se os sistemas computacionais não forem evoluindo em atenção à evolução do negócio da empresa e se as pessoas também não forem se adaptando a esse novo cenário, com toda a certeza esse dilema continuará existindo e afetando a produtividade e a lucratividade da empresa.