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A Pesquisa Acadêmica (Científica e Tecnológica) e suas implicações no processo de Ensino e Aprendizagem


Ao propor a utilização da pesquisa na sua atuação, o professor da área técnica deve consolidar seus conceitos para que não se apegue a detalhes meramente superficiais do conjunto, sem verificar o poder didático e pedagógico que tem em mãos.


Assumindo o objetivo de trabalhar o ensino trilhando o caminho da pesquisa, a responsabilidade do professor aumenta, pois lhe cabe destacar as múltiplas facetas criadas por uma proposição de trabalho desafiadora. Então, um novo profissional despojado de hábitos repetitivos de exposição, repetidor de um conhecimento já sistematizado deve aparecer. Fugir de um padrão exposto em nossas escolas, salas de aula e mesmo em laboratórios técnicos, a repetição da repetição das lições copiadas de livros que caminham o ciclo viciado: quadro negro, caderno, prova; mesmice de gerações. Sair do hábito de um modelo vivido na época de estudante, via uma superação pessoal pelo caminho de um trabalho, é a ordem para o professor que se declara um usuário da pesquisa na sua vida profissional.


Esta evidência de que uma nova visão se dá ao uso da pesquisa em sala de aula, cabe, em primeiro lugar, à transformação do próprio professor em pesquisador, incumbido de tarefa dupla, pois é seu dever, também, pesquisar sua própria área de trabalho. É buscando a reorganização e união de seu trabalho diário a uma pesquisa, que se completará a nova figura do professor.


O tradicionalismo da aula expositiva, tomada como recurso uno, do começo ao final do período letivo, é o segundo ponto a se combater. A exposição e memorização, são sufocos de um processo pedagógico, acompanhadas de uma repetição de conteúdos devem deixar de existir. Metodologias tomadas como rotas que ao longo do tempo tem guiado e ajuizado o ensino em todas as áreas e aqui, em particular, o ensino de engenharia. A fala unidirecional, professor, conteúdo, estudante, cerceia a iniciativa da descoberta da pesquisa.


A área técnica, como nenhum outro ramo da educação, traz condições para levar a pesquisa como elemento oxigenador, pois cria laboratórios como ambientes básicos de trabalho. Mas, apesar de contar com laboratórios como elementos normais, necessários à estrutura acadêmica, estes têm sua função de imediato distorcida, pois se tornam ambientes para uma simples coleta de dados. Mesmo referentes a um tópico de conteúdo, via uma tarefa programada a ser montada, ensaiada e relatada, estas não podem ser consideradas como pesquisa acadêmica. O máximo atingido dentro deste contexto é uma técnica de ensino/aprendizagem chamada Tarefa (Individual) Programada. O professor que, ministrando aulas de laboratório, se limita a pedir levantamento de dados implícitos ao conteúdo programático da disciplina, assemelha-se ao que usa do tradicionalismo expositivo em todo seu tempo em classe normal.


Então, se o papel de repetidor de conteúdos já não lhe cabe, busca-se a satisfação de dois fatores intrínsecos do trabalho escolar com pesquisa:

a) a extrapolação da média rotineira de conteúdos, ministráveis ou “copiáveis”, que permeiam e dominam o senso comum daqueles que atuam em nossas escolas de engenharia. Busca-se o professor que, bem conhecendo o conteúdo é capaz de montar e expor uma síntese, discutir e redefinir com os seus companheiros conceitos e princípios;

b) tornar-se um contínuo pesquisador em sua ciência, na busca do conhecimento que lhe é necessário para orientar aqueles que ensina, completando-o com o conhecimento próprio elaborado. Ensina aquele que pesquisa e por si conclui e vence as dificuldades que se apresentam, tornando-se então realmente professor.


O trabalho de pesquisa acadêmica, mesmo sendo direcionado a pontos objetivos de conteúdo programático, transcende suas próprias orientações ao tomar contato permanente com o estudante. Isso transforma a responsabilidade do professor, pois lhe cabe na complexa situação de ensino constatar os desdobramentos envolvidos no processo de pesquisa.